sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Ventos de lembranças.


Às vezes a vida é mesmo engraçada… Prega umas peças na gente! Traz para perto quem estava longe, leva para longe quem estava perto. Pessoas vão e vêm em nossas vidas. São partes de momentos, de situações, de uma ou algumas estações. Algumas duram mais que dois verões, outras se acabam na queda das folhas de outono ou desaparecem no frio do inverno. Algumas têm cheiro de primavera. São coloridas, vivas, de uma beleza efêmera dentro da gente. Outras têm cheiro de mar, de água salgada, de maresia, sabor de corpos ardendo no calor do verão.
De qualquer maneira, penso que a vida seria muito enlouquecedora se conservássemos todos ao lado. Não haveria espaço para tanta gente, tantas formas de pensar, tantas vontades e tantos desejos. Penso mesmo que as pessoas duram em nossas vidas o tempo que tem que durar. Mesmo que a gente não entenda isso assim tão fácil. Os seres humanos não são lá chegados a perdas, a despedidas. Mas também, para quê se despedir? As pessoas poderiam ir embora simplesmente. Assim… deixando um rastro de perfume e a certeza de que não voltam mais. E a gente ficaria com aquele cheiro durante algum tempo, até que ele fosse apenas a lembrança de um tempo bom que passou.
Mas ainda bem que existem as pessoas eternas. Tá, tudo bem, ninguém é eterno. Mas existem aqueles que você sabe que sempre estarão lá. Aqueles que passaram por tantas estações que a gente nem viu passar. Aqueles que quando a gente se junta não acaba de rir com tanta história para contar. Aqueles com os quais vivemos aventuras, aprontamos loucuras, choramos de tanto rir, e também vivemos algumas tristezas. Aqueles que sempre trazem a luz do sol pra dentro da nossa alma. Aqueles que são o próprio sol dentro de nós. Os que nos fizeram aprender e os que nos escutaram ensinar.
Tem aqueles que deixaram sua marca em nosso livro pessoal. Que toda vez que a gente quer se lembrar, abre naquela página às vezes tão mal escrita, rabiscada, parecendo agenda de adolescente. Mas que traz alguns dos momentos mais incríveis que vivemos. Afinal, a gente lembra bem porque foi que não deu para escrever com mais tempo ou cuidado. Ou então passamos horas lendo com carinho uma ou duas páginas escritas com esmero e atenção. Que a gente cuida para que nunca se rasguem ou os escritos nunca se apaguem.
Bom mesmo é poder voltar de vez em quando e ler essas páginas, ordenar os bilhetes, reencaixar as experiências. Sem medo de reviver, de voltar atrás, de ter orgulho da história que escrevemos. Saber que ali está o melhor e o pior de nós. Saber que aquelas pessoas levaram um pouco do que temos, mas deixaram um pouco também do que são. E todos nós, sem exceção, nos transformamos em pessoas diferentes a cada encontro e desencontro desse livro maravilhoso chamado viver.
*
Para Francys, Gal, Lorena, Laplagne, Ravi, Leila, Thiago, Emerson, Mônica, Michelle, Alícia, Patricia, Michell, Victor // Com muito carinho por tudo que já vivemos e vamos viver . Meus maiores presentes !
*
Foto : Michell Oliveira

4 comentários:

Michel Oliveira disse...

Afastar-se não é nada fácil. Permanecer próximo menos ainda. è muito difícil coompreender como os laços se formam, e algumas vezes como eles se desfazem. Somos todos vítimas do tempo. Reféns da memória.

Leandro Santolli disse...

É amigo...
muita gente ja passou na estação de minha vida tbm..
e deixar-los ficar por lá foi e é punk !

Daniela Sampaio disse...

Graça os daqueles que te tens em memória para sempre. Seja lá quanto isso for.

Anônimo disse...

hello... hapi blogging... have a nice day! just visiting here....

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