segunda-feira, 2 de março de 2009

Fui buscar Dalila...


Muita gente pode achar que foi somente mais um carnaval, mas não foi. Pelo simples fato de ter Ivete Sangalo sobre o foco deste texto. O carnaval para os fãs, começou mais tarde, no sábado. Muitos artistas já tinham passado pela avenida, mas quando ela subiu no trio, a atmosfera foi outra. Assim como foi nos outros três dias do Bloco Coruja e mais ainda no arrastão, quando Ivete não precisa atender os associados e cantar somente para os fãs.

Em alguns momentos o repertório se mostrou batido e previsível, mas não menos empolgante. Quem corria atrás das cordas do “Cerveja e cia” e “Coruja” ouvia de tudo. Pensando no lado positivo, víamos uma cantora capaz de puxar 6 horas de um trio com repertório próprio. Quando se arriscava em “homenagear” outros cantores da terra, o fazia com uma particularidade única. A música se transformava. Foi assim quando parou em frente ao camarote do “Nana Banana” e emendou uma série de canções do “Chiclete com Banana”, vide “A fila andou”, “100% você” e “Selva branca”. Em frente ao “Reino da folia” e em outros pontos, cantou o “Asa de águia” com “Quebra ae”, “Simbora” e “Flutuar”.
Democrática, Ivete cantou junto com a back vocal Patrícia Sampaio, “Beijar na boca”, durante o desfile do sábado, música de Claudia Leitte e a segunda mais tocada de todo o carnaval. Sim. Independente de pesquisas virtuais apontarem resultados que nada refletem o que ocorreu nas ruas, “Cadê Dalila?” além de ter sido a música mais criativa, foi a mais executada. Qualquer folião pode comprovar. Todos a tocaram e incrivelmente, todos os artistas antes de executá-la agradeciam a Ivete Sangalo. Reverenciavam o seu carisma e mostravam a importância de sua amizade. Eles não colocaram a canção no repertório por ser uma das mais cogitadas ao título de hino da folia. Alinne Rosa, Márcio Vitor, Durval Lelys, Katê e Fred, Denny, Carlinhos Brow, Saulo Fernandes, Tomate, Tatau, Amanda Santiago, André Lelys, Leandro Lopes afirmavam em alto e bom som que esta era a canção da folia. Daniela Mercury, Bell Marques, os cantores de pagode, de arrocha, de funk, de rock, quem estava em cima de um trio cantou “Dalila”. Menos Claudia Leitte, por motivos óbvios.
Quem curtiu com Ivete ouviu a música inúmeras vezes no bloco. Não por culpa dela. A cada esquina que o trio estacionava o público em massa perguntava: “Cadê, Dalila”? No carnaval ela ganhou várias versões, introduções e Ivete fez de tudo para a música não ficar chata e não ficou. Irreverente ao extremo, divertiu. Não era música só pra pular. E por falar em povo, eles ovacionaram a rainha do Campo Grande. Não havia um prédio sequer sem faixa, sem “dizeres”. Os acenos para o trio eram muitos, algumas canções chegavam a emocionar de tão bonito que era. É nessas horas que observamos porque “Festa” e “Sorte Grande” sempre vão fazer parte do repertório. São muitas mãos pra cima, muita gente pulando. É incrível. Assim como quando a “Piriguete Sangalo” surgia para calar a boca dos mais cheios de pudores. Ela cantou sim a “Perereca” e todos os hits que a classe mais chata do carnaval considera como “Baixaria”. Ela fez a “baixaria” correr solta pelas ruas e todo mundo desceu até o chão. Os convidados deram suas canjas e muitos fora da tela da TV. Lembrem-se que Ivete faz carnaval pro povo não pra mídia. Rogério do Jota Quest, Silvano Sales, Alexandre Pires, estiveram lá
No fim do desfile da terça-feira, Ivete mostrou-se emocionada. Chorou copiosamente. Mas chorou muito na dispersão. Cantou a música “fã” e fez inúmeras declarações as pessoas que a seguem, a mais tocante delas, afirmando o esforço danado que fez para estar em cima do trio neste carnaval. Existem muitas dúvidas a cerca deste assunto, mas muita gente que a viu sabe que algo estava no ar. E que realmente ela estava puxando o bloco no esforço. Foram muitas “descidas ao banheiro”. Mas isso não vem ao caso, até porque se ela não falasse ninguém iria perceber. Mas que foi um momento lindo, foi. Ela debruçada sobre o trio e agradecendo, chorando e se despedindo
A despedida mesmo aconteceu no arrastão de quarta-feira. Começou as 10h30 e terminou as 12h30. O povão estava todo lá. Gente de todo lugar, de todos os blocos. Para mim o arrastão é um orgulho. Os fãs de outros artistas ficam todos boquiabertos quando Ivete passa. Certamente se perguntam como ela faz isso tudo e atrai tanta gente. E todo mundo de sorriso aberto. Ela cantou com Netinho, Preta Gil, as vocalistas da “Kondende” e da “Levada Louca”. Cantou “Oya por nós”, “Regionaguá”, “Você não entende nada” e para delírio geral, “Cadê Dalila”. Agradeceu muito a Deus e ainda viu Gilmelândia pulando na pipoca do Farol da Barra até o fim do desfile. Saudou Brow e encerrou com Dalila, com milhares de pessoas saudando a música do carnaval e a rainha da festa. Quem viu, sabe de como é único o sentimento de vê-la em seu melhor estado e no seu lugar. Salvador, carnaval, Ivete Sangalo. São coisas, que por si só, já valem a pena viver.


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Lá vai, lá vai, lá vai

lá vai o trio do povo

levanta coração.. sujeito carinhoso !

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Em 2010 estou lá lindamente de novo...

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